Adriana Vieira - Namaskar Yoga

Humanização do Parto (parte 01),

- por Dra Claudia Ribas
Quando falamos em humanizar o parto queremos dizer :  sensibilidade,  ter um olhar diferente,  saber ouvir,  enxergar as possibilidades e os limites da parturiente. É entender a parturiente e respeitar suas crenças, valores morais e culturais. È estar ao lado da gestante para poder ajudá- la da melhor maneira, mantendo sempre seu bem estar e a segurança do seu filho.  

É estar atento às expectativas da gestante para o seu parto. É estar à disposição para tirar dúvidas e dar orientações para a evolução do parto.

Cabe à equipe de saúde buscar compreender os múltiplos significados da gestação para aquela mulher e sua família. O contexto de cada gestação é determinante para o seu desenvolvimento, bem como para a relação que a mulher e a sua família estabelecerão com a criança desde as primeiras horas após o nascimento. Interfere, também, no processo de amamentação e nos cuidados com a criança e com a mulher.
Um contexto favorável fortalece os vínculos familiares, condição básica para o desenvolvimento saudável do ser humano. Assim, a história que cada mulher grávida carrega em seu próprio corpo deve ser acolhida integralmente, a partir do relato da gestante e de seus acompanhantes. É também parte desta história os fatos, emoções ou sentimentos percebidos pelos membros da equipe envolvida no pré-natal. Contando sua história, as gestantes esperam partilhar experiências e obter ajuda. Assim, a assistência pré-natal torna-se um momento privilegiado para discutir e esclarecer questões que são únicas para cada mulher e seu parceiro, aparecendo de forma individualizada, até mesmo para quem já teve outros filhos. Temas e tabus como a sexualidade poderão gerar dúvidas e necessitam de esclarecimentos. Um diálogo franco, a sensibilidade e a capacidade de percepção de quem acompanha o pré-natal são condições básicas para que o saber em saúde seja colocado à disposição da mulher e sua família – atores principais da gestação e parto.
Uma escuta aberta, sem julgamentos nem preconceitos, que permita a mulher falar de sua intimidade com segurança, fortalece a mulher no seu caminho até o parto, ajuda a construir seu conhecimento sobre si mesma e favorece um nascimento tranqüilo e saudável de seu filho.
Escutar uma gestante é algo mobilizador. A presença da grávida remete à condição de poder ou não gerar um filho, sendo-se homem ou mulher. Suscita solidariedade, apreensão. Escutar é um ato de autoconhecimento e reflexão contínua sobre as próprias fantasias, medos, emoções, amores e desamores, Escutar é desprendimento de si. Na escuta, o sujeito se dispõe a conhecer aquilo que talvez esteja muito distante de sua experiência de vida e por isso exige um grande esforço para compreender e ser capaz de oferecer ajuda, ou melhor, trocar experiências.
Humanizar é utilizar o mínimo de intervenção possível na assistência ao parto, como preconiza a Organização Mundial de Saúde, evitando-se lavagem intestinal, raspagem dos pêlos pubianos, acesso venoso, usa de ocitocina para acelerar o trabalho de parto e episiotomia de rotina. E se qualquer intervenção for necessária, deve sempre ficar bem claro ao casal a sua real necessidade.
Humanização do parto é dar o direito a privacidade, é ter aquele acompanhante de sua escolha, é permitir que a parturiente se alimente, é ter liberdade de movimentação, evitando-se ficar deitada, é dar direito da parturiente escolher a posição de seu parto. É não separar o bebê da mãe.
Durante o pré-natal, deve-se fazer um planejamento, com base na avaliação de risco da gestante sendo identificado o melhor local do parto, e o tipo de profissional que deverá estar envolvido, médicos obstetra, anestesista, pediatra, doula, enfermeira, psicóloga, fonoaudióloga e outros profissionais da saúde se necessário. Este planejamento deve ser feito em conjunto com a gestante, e comunicado a seu marido ou companheiro. Em vários países também é aconselhável que a família tenha conhecimento desse planejamento, porque pode ser a instância de tomada de decisões importantes. Em sociedades que respeitam o sigilo, as regras são outras: a família somente pode ser informada pela própria paciente. O planejamento deve estar disponível até o início do trabalho de parto. 
No trabalho de parto, faz-se uma reavaliação de risco incluindo um exame físico para avaliar o estado da mãe e do feto, a posição e apresentação do feto e os sinais de trabalho de parto existentes. Se não foi feito pré-natal, a avaliação de risco deve ser feita por ocasião do primeiro contato com os prestadores de serviço, durante o trabalho de parto. O trabalho de parto de baixo risco tem início entre 37 e 40 semanas completas, isto é, no termo em cerca de 80% das gestantes. Se nenhum fator de risco for identificado, o trabalho de parto pode ser considerado de baixo risco.
No parto normal, dois fatores devem ser considerados: o risco da gestação e evolução do trabalho de parto. A evolução do parto deve ser bem conhecida pela gestante, já que normalmente numa paciente que está grávida pela primeira vez, denominada primigesta, o período de trabalho de parto tem duração média de 8 a 12 horas. E que nesse período as contrações do útero vão aumentado de intensidade e de freqüência. O intervalo entre as contrações diminuem e com isso o feto consegue descer, se encaixar para poder passar pela pelve materna. Mesmo sabendo que uma gestante de baixo risco no início do trabalho de parto pode vir a ter complicações. Por outro lado, muitas gestantes de alto risco ao final têm uma evolução sem complicações. 
Na definição o parto normal tem início espontâneo, baixo risco no início do trabalho de parto, permanecendo assim durante todo o processo, até o nascimento. O bebê nasce espontaneamente, em posição cefálica (cabeça para baixo) e após o nascimento, mãe e filho em boas condições.
O objetivo da assistência ao parto é ter uma mãe e uma criança saudáveis, com o menor nível possível de intervenção compatível com a segurança. 
Muitas vezes nos perguntam qual o melhor tipo de parto, normal ou cesárea e a resposta é simples: Para nós médicos- obstetras o importante que todos fiquem bem!!!
Devemos lembrar que quando falamos de humanização ao parto, não estamos nos referindo somente ao parto normal e sim do parto da gestante, podendo este ser vaginal ou não.
As tarefas da equipe multidisciplinar que dará assistência a gestante são:
– Dar apoio à mulher, ao seu parceiro e/ ou à sua família durante o trabalho de parto, no momento do nascimento e no pós-parto.         - Observar a parturiente e monitorar o estado fetal e posteriormente o do recém-nascido; avaliar os fatores de risco; detectar os problemas precocemente. –Realizar intervenções, como acesso venoso, sondagem vesical, amniotomia, anestesia e episiotomia, se necessário;                             -prestar os cuidados ao recém-nascido após o nascimento.

Os profissionais de saúde devem ter treinamento adequado e uma variedade de habilidades obstétricas apropriadas em nível de assistência. Essas habilidades devem permitir, minimamente, a avaliação dos fatores de risco, reconhecimento do início de complicações, execução de observações maternas e monitorização do estado de bem estar do feto e do recém-nascido. 
O pediatra na sala de parto deve ser capaz de executar intervenções básicas essenciais e de cuidar do recém-nascido após o seu nascimento. 
SERVIÇO DE ALTO RISCO NEONATAL (UTI)
Para assegurar ao recém-nascido o melhor atendimento no parto sempre que necessário, a Maternidade onde será realizado o parto deve contar com pediatras especializados no atendimento a recém-nascidos de alto risco, em UTI de plantão 24 horas, com aparelhagem e materiais necessários aos cuidados especiais.

PROGRAMA MÃE-CANGURU
Em Santos, o Hospital Guilherma Álvaro, foi o pioneiro no oferecimento de tal modalidade que visa o pronto restabelecimento e, além do aconchego da mãe, o aprimoramento do vínculo mãe-filho, no pronto restabelecimento dos recém-nascidos prematuros, onde também se observa dentre inúmeras vantagens, a diminuição do tempo de permanência dos RNs em UTI neonatais.

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