“A convivência nasce do diálogo que celebra nossas diferenças”
Dia de grande alegria subindo a serra para São Paulo, em 16 de setembro, para ver a Sua Santidade o Dalai Lama, como é conhecido esse líder tibetano. Fomos juntos, eu, uma aluna dedicada e querida, a Juliana, e meu marido, rumo ‘a SP. A viagem foi boa, apesar do trânsito, e a chegada foi tranqüila.
Enfim o momento tão esperado! Chegando por lá, uma grande multidão: cerca de 2.500 pessoas aguardando por Tenzin Gyatso, mais conhecido como o 14º Dalai-Lama, hoje, um senhor admirável de 76 anos, com bom humor e um sorriso largo! Ele tirou os sapatos, se sentou na poltrona branca na postura de lótus, com sua túnica vinho e uma viseira do mesmo tom. Seus óculos, com lentes fumê, e jeito muito espontâneo e natural, Dalai Lama ouviu pacientemente a apresentação complexa e longa de alguns médicos, sobre plasticidade cerebral, estados diversos da mente, enfim...uma aula de científica e cheia de comprovações! O tema era: O Encontro entre o Saber Tradicional e o Científico.
Ao final, ele deu sua explicação: “precisamos de ética, da compaixão e tolerância para viver essa vida feliz. E claro, podemos sim treinar a mente para meditar e poder relaxar. É um treino diário e cabe a caba um fazer o seu melhor”, enfatizou o Dalai Lama.
Ele abriu seu largo sorriso, abraçou todos os médicos e membros da mesa, tirou fotos e fomos todos almoçar...para voltar em breve...
Coletiva de Imprensa:
...mas durante sua hora do almoço, ELE não parou! Atendeu prontamente a imprensa, dando uma coletiva por mais de uma hora! Centenas de jornalistas na sala aguardavam por ele. Sorrindo, mais uma vez, e em meio as brincadeiras que costuma fazer com muita leveza, Sua Santidade mandou um recado sério para a imprensa: “estou aqui hoje falando de compaixão, disciplina, harmonia e respeito às religiões, mas gostaria de alertar todos vocês, da importância e responsabilidade que vocês têm ao repassar informações, com isenção, para que os leitores possam tirar suas próprias conclusões sobre cada assunto. Vocês devem ter faro para ver o que há por trás de cada informação antes de dar uma notícia, e fazer uma boa investigação do que já passou, do que ocorreu antes do fato atual. E assim, deixar que o leitor tire suas próprias conclusões”, concluiu o líder tibetano.
ELE enfatizou que independente da religião que praticamos, todas tem a mesma mensagem comum: a busca da felicidade. E se igualou a todos os seres humanos, falando que era apenas um dos 7 bilhões de habitantes dessa ‘casa azul’, como se referiu ao planeta Terra, e então enfatizou “a importância de todos juntos, cuidarmos dessa mesma casa para um bem comum da humanidade”. Aproveitou esse gancho para lembrar que, “países com a China não estão preocupados com o todo, pois seus interesses nacionais ainda estão acima dos interesses globais”. Vale lembrar, que o Dalai Lama e seus conterrâneos foram expulsos de seu próprio país, o Tibete, por uma invasão do governo Chinês, em 1950, que iniciou um extermínio em massa desse povo, que se prorroga até os dias de hoje, disseminando a cultura, religião e o povo tibetano.
Quando questionado sobre as religiões, o maior líder budista da atualidade revelou: “ser religioso é falar o que realmente se faz. Não adianta um político falar no bem estar de uma nação e ser corrupto, isso não funciona, vocês sabem ( e sorriu para todos), assim como ser religioso não é falar de religião ou orações, é sim, fazer do seu dia a dia, momentos de amor, compaixão, autodisciplina e tolerância. A verdadeira prática religiosa é aquela em que a pessoa implementa em sua vida, mantendo sua mente alerta, para perceber emoções negativas e positivas. Ninguém deve se deixar avassalar por sentimentos negativos e sim, deve transformá-los”, afirma Dalai Lama.
Ao final da coletiva, entre risadas e brincadeiras que fez com os jornalistas, pegou um novo livro, ainda sem tradução no Brasil (Towards the true kinship of Faiths) e mostrou para todos, nos avisando, que novidades chegarão por aqui!
Curiosidades sobre o Dalai Lama:
* O título Dalai Lama significa = Oceano de Sabedoria
* Tenzin Gyatso é seu nome de batismo
* Nasceu em 06 de julho de 1935 no Tibete
* Estudou num mosteiro na capital Lhasa, dos 5 aos 25 anos.
* Vive exilado na Índia em Dharamsala, desde 1959, pois a China invadiu seu pais em 1950 e uma onde de violência acontece desde esta época por lá.
* Em 1989 recebeu o prémio Nobel da Paz por suas tentativas de chegar a um acordo com a China, pacificamente, devido a invasão daquele pais ao Tibete
Saiba mais: www.dalailama.org.br
“ Que os méritos se espalhem e frutifiquem em convivência pacífica, justiça social, felicidade e reconciliação entre os povos.”
Adriana Vieira - jornalista, instrutora de Yoga e defensora do movimento pela PAZ e UNIÃO das religiões pelo BEM COMUM da HUMANIDADE e do planeta TERRA.
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