A gravidez contava com 38 semanas e 1 dia. Eu me sentia ótima, feliz, bem disposta e tranquila. Um dia antes, minha mãe havia voltado de viagem e fizemos as fotos para o meu álbum de gestante. Depois, ela ficou com o Lucca (meu primeiro filho) e nós, o casal, saímos para comemorar nossos 9 anos de casados.
Eram por volta de onze horas da manhã e, após ir ao banheiro, reparei no papel higiênico uma gosminha amarelada. Corri pro Google Imagens e realmente tratava-se do meu tampão!
Liguei imediatamente para meu médico, que pediu para me ver por volta das duas da tarde e, em seguida, para minha doula, a Adriana Vieira. Ela estava em São Paulo e me passou instruções de exercícios com bola, banho quente e muito relaxamento.
Mandei então o Lucca para a escola e fui ao consultório do médico, onde ele confirmou: eu estava em trabalho de parto. Fiquei mega feliz! Era o que eu queria, que a Sofia me dissesse quando estivesse pronta para nascer. E estava com dois dedos de dilatação. Fui pra casa e ele marcou de me ver novamente às seis da tarde. Fiquei em casa ouvindo música, relaxando na bola, no chuveiro e arrumando as malas para o hospital. Não, elas não estavam prontas!
Seis horas pegamos o Lucca na escola e fomos para a Casa de Saúde. A dilatação não havia evoluído nadica e as contrações já estavam a mil. Ele me mandou pra casa buscar minhas coisas e retornar em uma hora para internar.
Conversei então com a Adriana e resolvemos aguardá-la para ir para o hospital. Ela chegou por volta das 21h 30 e demos entrada com bola, aparelho de som, muita alegria e disposição. O Lucca ficou em casa com minha mãe e foi sendo informado aos poucos que a Sofia estaria chegando.
Na sala de pré-parto, conversei muito com a Adriana e chegamos à conclusão de que o TP estava muito no começo ainda e que poderia demorar horas e horas para evoluir. Mas, conversando com o médico, ele não quis me liberar para eu aguardar em casa, afirmando que desejava estar o tempo todo ao meu lado, me examinando e examinando as condições da bebê.
Foto 01: Energia positiva, carinho e apoio da Adri: tudo o que eu precisava naquela hora
Foto 02: Amor no pré-parto: meu companheiro!
Enquanto isso, não escapei dos procedimentos de praxe: tricotomia e lavagem. Mas, quando a enfermeira chegou com o "sorinho", tratamos logo de espantá-la, já que eu não queria mais dor e não queria que a história do parto do Lucca se repetisse. Nossa ideia era que tudo corresse naturalmente, com o equilíbrio da ocitocina natural de um lado e a endorfina do outro.
Enquanto
Entre uma ida ao banheiro e outra, meu médico entrou no quarto e me examinou já dizendo de antemão que se não houvesse qualquer evolução, ele me levaria para uma cesárea por conta da minha cicatriz anterior. Examinou e constatou apenas dois dedos ainda de dilatação. Ele foi bastante duro e não abriu qualquer brecha para discussões. Eu fiquei chateada na hora e, mais uma vez, me senti uma vítima do sistema.
Questionei o motivo de não me deixarem livre para o parto evoluir, para a dilatação evoluir. Mas, ele foi bem enfático e nós tivemos que acatar sua decisão mesmo não concordando. Isso porque naquele momento já não adiantava mais brigar. Não seria eu, uma mera mortal em trabalho de parto, que iria mudar a cabeça dele, do hospital, etc. Ele sabia da importância do PN pra mim e resolvi tentar aceitar e entender que se ele estava decidindo dessa forma, era porque era o melhor pra mim, fosse qual fosse o real motivo da decisão.
Nesse momento, pra quem acredita nisso como eu, intervenções de um outro plano começaram a se suceder. Toda a proteção que eu pedi, tudo aquilo que eu conversei com minha Terapeuta, todos os florais que tomei, começaram a surtir efeito daqui pra frente.
Passado o susto e a tensão iniciais, um sorriso nasceu em meu rosto e se refletiu nos rostos do meu médico e de todos que ali estavam. Minha filhota estava chegando!
Naquela hora em que a cesárea já era certa, eu precisava encarar meus temores e enfrentar meus medos para poder tê-la em meus braços.
E tudo começou a dar mais do que certo com o meu médico permitindo que a Adri acompanhasse a cesárea junto com o Fabricio. A presença dos dois no CO, eu sabia, me daria uma calma muito grande lá.
Foi então que lembrei do Anestesista. Perguntei ao meu médico quem era e ele me disse assim: "Houve uma troca na escala e o Anestesista que estava não veio. E adivinha que assumiu o plantão? O Benê! O meu Anestesista preferido". Não acreditei quando ele disse. Tudo foi armado para dar certo. Não consegui contratar o Anestesista que eu queria por não ter data marcada de cesárea e, no final das contas, ele assume o plantão de outro médico e vem fazer o meu parto! Como assim? rs... O Benê entrou no quarto e conversou muito comigo. Escutou minha péssima experiência anterior, meu ouviu chorar, me tranquilizou muito e prometeu que não sairia do meu lado nem por um instante. Foi maravilhoso comigo.
Mais uma etapa vencida e todos ansiosos para me levar para o Centro Obstétrico. Nesse momento, a Adri parou tudo e pediu um tempo para me preparar. Ela apagou a luz do quarto, fez uma oração comigo e com o Fabricio, nos disse palavras lindas, me transferiu lindos pensamentos e me passou um forte mantra para repetir dali pra frente: "Entregar, Confiar, Aceitar e Agradecer". Realmente, era tudo o que eu precisava. Foram palavras mágicas que me acompanharam durante todo o procedimento. Ela então me fez uma massagem e, enfim, eu estava pronta. Nasceu Sofia!
Foto: Adriana Vieira - Sofia ao nascer com o papai e mamãe bem pertinho, mesmo na cesariana!
Quando a Sofia contava ainda com alguns dias de vida, a Adriana Vieira - doula querida que me acompanhou durante a gravidez e o parto, esteve aqui em casa para me ensinar a dar banho de baldinho nela.
Aprendi que esse momento é gostoso demais para o bebê e lhe proporciona minutinhos de paz e aconchego como numa regressão ao útero materno, ainda tão recente na memória dele. E aprendi que pra tudo isso a gente precisa mesmo só de um baldinho, uma fralda, água quente e muito amor.
Quando começamos a embrulhá-la na fralda para iniciar o banho, ela começou a chorar e eu achei que não fosse se acalmar, pois não tinha nem mamado ainda!
Mas, foi só entrar na água quentinha, toda empacotadinha que ela não resistiu e relaxou. A Adriana ainda fazia uns barulhinhos de "útero" e movimentava circularmente a Sofia na água e foi a coisa mais fofa. Ela fechou os olhinhos e curtiu mesmo.
Aquele momento foi muito especial e aprendi mais uma oportunidade de me aproximar da minha filhota, mais uma forma de fortalecer nosso vínculo.
Valeu, Adri, queridaaa!
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